O Sistema Brasileiro de Televisão(SBT), obteve da ditadura, sua primeira concessão de funcionamento, em 1981. Obviamente o seu dono, Silvio Santos, jamais ousou desde aquela época noticiar qualquer crime que tenha ocorrido durante o nebuloso regime golpista.
De forma que o SBT engrossa o caldo da mídia gorda no Brasil. Contribuindo diariamente para o apodrecimento intelectual dos brasileiros, seja com o Ratinho (cuja única qualidade é ser palmeirense), seja com a já estúpida impúbere que “apresenta” os programas infantis.
Evidente que raramente - e põe preciosidade nisso - saí coisas de qualidade. Ora, uma vez, na Globo, às 3 e tanto da manhã, tava passando um filme fantástico sobre a organização política e sindical da classe operária chamado Germinal, do escritor Émile Zola. Então, essas coisas podem acontecer, embora não se repitam como freqüência.
Como explicar o propósito da emissora do Sr. Topa Tudo Por Dinheiro de abrir os porões dos anos de chumbo? Vamos nos contentar com a explicação lógica: a busca por audiência. Embora seja certo que está não é a verdadeira, pelo menos não a principal. De sorte que a ânsia social por justiça pelos crimes cometidos naquele periodo é tão grande que até mesmo a péssima qualidade técnica da sua telematurgia não foi empecilho para que a novela conquistasse os seus telespectadores.
Até pode-se dizer que o roteiro é esforçado e que vem cumprindo a sua missão, embora com aquele romantismo sacal de toda novela. Tanto é que incomodou os militares que estão organizando em seu portal na internet um abaixo-assinado para tirar o folhetim do ar e dizem: “é óbvio que o governo federal através da comissão da verdade, recém criada, está participando do acordo em exibir a novela Amor e Revolução no SBT. Parece-nos que se trata de um acordo firmado com o empresário Silvio Santos, visando o saneamento do Banco Panamericano do próprio empresário. As forças armadas não devem permitir, dentro da legalidade, que tal novela seja exibida, pelos motivos óbvios abaixo declarados. Convém salientar que as forças armadas já se manifestaram negativamente a respeito da novela Amor e Revolução.” (Fonte Brasil de Fato)
Documentos divulgados pela revista Caros Amigos mostram que lideranças e partidos de esquerda continuaram a ser vigiados até mais de uma década depois do fim da ditadura. Esperamos até hoje pela queda da lei de Anistia e a punição dos torturadores. Foram milhares de mortos, muitos deles as famílias nunca souberam como. Falou outro dia Maria Amélia, a “Amelhinha”, não se consolida uma democracia com cadáveres insepultos.
josé adil vieira júnior
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